Contam-se hoje 35 anos sobre as primeiras eleições democráticas para as autarquias. Como já perceberam, sou um defensor do poder local. Lamento que este patamar do poder político, ultimamente, em particular nos últimos quatro / cinco anos, tenha sido tão atacado pelo poder central e por alguma opinião publica(da) que, não conhecendo minimamente esta realidade, a ataca como se aí residisse a raíz de todos os males.
Ser contra o poder local é ser contra a democracia por uma razão muito simples: é que qualquer um de nós tem condições para ser membro de uma Assembleia de Freguesia e receber, assim, o mandato dos nossos vizinhos para os representar. Este é, por isso, o patamar de poder político mais próximo e mais acessível ao cidadão.
Sem me alongar muito - noutro post recente desenvolvi as razões que me levam a considerar e defender o poder local - quero, hoje, curvar-me perante todos quantos ao longo destes 35 anos serviram o poder local e as suas populações, em particular áqueles que o fizeram nas zonas rurais, levando água canalizada, saneamento, electricidade, asfalto, transportes públicos e outros bens de primeira necessidade às populações que deles ainda careciam quando entrámos na era democratica.
Fica aqui a homenagem de alguém que só pôde ter electricidade aos 3 anos, só teve telefone aos 12, só viu a sua rua pavimentada aos 13 e que só ficou ligado à rede pública de abastecimento de água aos 14 anos. Isto parece um relato do antigamente, mas foi apenas há cerca de 20 anos atrás. Viver na provincia foi assim. Sem poder local teria sido pior!