terça-feira, 26 de abril de 2011

Já não há economistas...

Tenho sido um crítico em relação à (não) actuação da Ordem dos Economistas. Há dias lá paguei a contragosto a quota de 2011 da Ordem... e digo a contragosto porque considero que a OE nada faz pelos Economistas. Penso que, vista a partir de Lisboa, a classe dos Economistas é uma classe de gente bem na vida, sem preocupações. No entanto, vista aqui na província, a coisa não é bem assim. Qualquer indivíduo licenciado ou não em Ciências Económico-financeiras pode ser consultor financeiro, promotor bancário, ... e por aí fora. Já um Economista pouco ou nada pode fazer, de verdadeiramente exclusivo, com o seu "canudo". Porquê? Porque a Ordem que nos representa nada faz por nós.
Vem isto a propósito da última desclassificação, insulto, enxovalho, ... chamem-lhe o que quiserem, que a classe acaba de sofrer.
De facto, desde 1983, última vez em que o FMI tinha vindo a Portugal, as coisas têm-se deteriorado. Na altura, o anfitrião do FMI foi um homem recém desaparecido, de boa memória, um gentleman, um sábio: Ernani Lopes.
Hoje, passados 28 anos senta-se à mesa com o FMI e a famosa troika o grande especialista em politiquês Pedro Silva Pereira.
Numa altura em que o país ainda corre o perigo de bancarrota, do lado do Governo português senta-se alguém cuja única profissão fora da política foi ser editor de política na TVI. É este "jornalista" que se senta do lado do Estado português. É este o grande trunfo, a arma secreta de José Sócrates!
Ainda dizem que esta negociação é complexa. Não acho que seja. Se fosse, não se poderia entregar tamanha missão a alguém que pouco ou nada sabe de Finanças Públicas.
Está tudo louco?
O Estado paga juros a 12% e ninguém diz nada.
O Governo nomeia um jurista / jornalista para negociar com o FMI e ninguém diz nada.
Ninguém denuncia isto?
Está tudo louco? Ou serei eu a estar louco?

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Eu não compro produtos finlandeses!

por uma situação económico-financeira bem menos grave do que aquela que está criada em Portugal, há pouco tempo, num outro país da Europa Comunitária, mais propriamente na Hungria, o partido então no Governo foi derrotado nas eleições legislativas antecipadas vendo a sua votação reduzida para pouco mais de 20%. Foi, nessa altura, eleito um novo Governo de Centro-direita com cerca de 56% do votos!
Cá por estas bandas, parece existir uma tal rigidez eleitoral que, mesmo estando o país à beira da falência, sem dinheiro a partir de Maio próximo, conforme confissão do próprio Ministro das Finanças, parece que o nível de satisfação dos portugueses é tal que as eleições ainda estão em aberto!! Quando falo em rigidez eleitoral, no fundo estou a dizer que PSD e PS se tornaram aos olhos dos portugueses o Benfica-Porto da política. As pessoas votam cada vez mais por questões "clubísticas" e não conseguem avaliar a qualidade governativa.
Como alguém disse antes do 25 de Abril: "Há o Estado Fascista, há o Estado Socialista e há o Estado a que isto chegou".
E o Estado a que isto chegou é este: Portugal anda vergado perante a Europa a pedir uma ajuda financeira que se tornou indispensável ao fim de anos de mandos e desmandos governativos que mandaram o país para situação de pré-falência. E agora, aparece um país, que José Sócrates visitou há pouco tempo, dizendo na altura que esse era um exemplo a seguir em termos de modelo de desenvolvimento económico, a Finlândia, a dizer que não aceita apoiar Portugal.
Aí estamos nós, gloriosa nação de quase 9 séculos de história - nós, que demos novos Mundos ao Mundo - vergados perante um pedaço de gelo lá para as bandas da terra do Pai Natal onde (sobre)vivem melancolicamente 4 milhões de euro-egoístas que adoravam ter o nosso sol, o nosso mar, ... e a quem nós vamos comprando alguns dos nossos lindos telemóveis...
Não vou por o pé em cima dos meus telemóveis, ainda preciso deles para trabalhar, mas quero-vos dizer que aqui em casa não entram mais telemóveis finlandeses...
E APELO A TODOS, PARTICULARMENTE AOS MAIS ACTIVOS NAS REDES SOCIAIS, PARA QUE LANCEM UM MOVIMENTO EM DEFESA DA HONRA PORTUGUESA COM O MOTE "EU NÃO COMPRO PRODUTOS FINLANDESES!"
 
A todos um abraço do
Eduardo Nogueira