Tenho sido um crítico em relação à (não) actuação da Ordem dos Economistas. Há dias lá paguei a contragosto a quota de 2011 da Ordem... e digo a contragosto porque considero que a OE nada faz pelos Economistas. Penso que, vista a partir de Lisboa, a classe dos Economistas é uma classe de gente bem na vida, sem preocupações. No entanto, vista aqui na província, a coisa não é bem assim. Qualquer indivíduo licenciado ou não em Ciências Económico-financeiras pode ser consultor financeiro, promotor bancário, ... e por aí fora. Já um Economista pouco ou nada pode fazer, de verdadeiramente exclusivo, com o seu "canudo". Porquê? Porque a Ordem que nos representa nada faz por nós.
Vem isto a propósito da última desclassificação, insulto, enxovalho, ... chamem-lhe o que quiserem, que a classe acaba de sofrer.
De facto, desde 1983, última vez em que o FMI tinha vindo a Portugal, as coisas têm-se deteriorado. Na altura, o anfitrião do FMI foi um homem recém desaparecido, de boa memória, um gentleman, um sábio: Ernani Lopes.
Hoje, passados 28 anos senta-se à mesa com o FMI e a famosa troika o grande especialista em politiquês Pedro Silva Pereira.
Numa altura em que o país ainda corre o perigo de bancarrota, do lado do Governo português senta-se alguém cuja única profissão fora da política foi ser editor de política na TVI. É este "jornalista" que se senta do lado do Estado português. É este o grande trunfo, a arma secreta de José Sócrates!
Ainda dizem que esta negociação é complexa. Não acho que seja. Se fosse, não se poderia entregar tamanha missão a alguém que pouco ou nada sabe de Finanças Públicas.
Está tudo louco?
O Estado paga juros a 12% e ninguém diz nada.
O Governo nomeia um jurista / jornalista para negociar com o FMI e ninguém diz nada.
Ninguém denuncia isto?
Está tudo louco? Ou serei eu a estar louco?