Já está aprovado o Orçamento de Estado para 2012.Sendo um orçamento assumidamente recessivo, que trará consequências para toda a economia nacional, é, ao mesmo tempo o orçamento possível após a assinatura do contrato de assistência financeira com a troika.
Há duas questões que me merecem reflexão:
A primeira é o IVA sobre a restauração. Neste dossier ninguém esteve bem. Esteve mal a ARESP quando em Outubro passado veio dizer que esta subida do IVA ditará a falência de 54.000 restarurantes. Fazendo as contas, significava isso que, em média, fechariam 13 restaurantes for Freguesia, ou 175 por concelho. Em relação a estes números, só posso dizer o óbvio: claramente exagerados e não credíveis. Não admira que esta mesma associação tenha vindo agora rever este valor em baixa... Contudo, perdeu uma boa oportunidade de marcar uma posição credível...
Para mim, é óbvio que esta medida vai ter efeitos devastadores na restauração... só não percebo o porquê de se insistir numa medida que toda a gente sabe que vai dar maus resultados.
Bastava à ARESP perguntar ao Ministro das Finanças: "sabe o que é a curva de Laffer?"
A outra questão é a dos feriados. Não acho que haja demasiados feriados em Portugal. O problema não são os feriados, são as mini-férias a despropósito que muita gente aproveita para fazer por conta de feriados às terças ou às quintas.
Não faz, a meu ver, muito sentido eliminar feriados e, ao mesmo tempo manter a possibilidade de se fazer ponte ou deixar ao critério do Governo a existência ou não de tolerâncias de ponto.
Falo com particular à-vontade nesta matéria. Nos últimos anos nunca soube o que era ter mais que 10 dias de férias... e estou vivo!
Era preferível reduzir dois dias nas férias e eliminar as pontes e pontos, do que estar a eliminar feriados e a aumentar meia hora de trabalho por dia. Para além do mais, como se explica que o 1 Dezembro e o 5 de Outubro deixem de ser feriado e o Carnaval o continue a ser?
Agora, que o Natal se aproxima, cada vez mais me convenço: é difícil fazer com que o Natal seja todos os dias, mas... já o Carnaval...
Tantas vezes se fala apenas do que é óbvio, da chuva de novembro. Por que não falar antes do Sol?
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
sábado, 12 de novembro de 2011
Apenas uma correcção...
As eleições em Espanha são no dia 20 e não amanhã.
Lá a campanha eleitoral dura 3 semanas.
Bolas...
Lá a campanha eleitoral dura 3 semanas.
Bolas...
Da ditadura dos mercados à suspensão da democracia (mas não por apenas seis meses)
Primeiro a Grécia, depois a Itália. Ironia do destino, são os povos com maior tradição democrática porque viram nascer, ou melhor, criaram a democracia, que a veem agora morrer aos pés dos mercados.
Papandreou e Berlusconi depois de Sócrates fazem subir para quatro (se contarmos também com a Irlanda) o número de primeiros-ministros vitimados pela crise da dívida pública.
Amanhã há eleições em Espanha e, apesar de Zapatero não ser candidato, será o seu PSOE a pagar a factura da mais alta taxa de desemprego de sempre no país e a mais alta em toda a Europa.
Passos Coelho e Mariano Rajoy serão, assim, durante algum tempo, os últimos chefes de Governo eleitos democraticamente no sul da Europa, já que a nova moda é que sejam os mercados a sugerir os nomes dos primeiros ministros que estão a ser indigitados, curiosamente, por Presidentes da República que não foram eleitos por plebiscíto popular universal.
De facto, quer Giorgio Napolitano, quer Karolos Papoulias, Presidentes das Repúblicas Italiana e Grega, respectivamente, ao contrário do que sucede, por exemplo, em Portugal, foram eleitos pelos parlamentos nacionais e não pelo povo.
Ou seja, atalhando, na Grécia e em Itália vamos ter Governos liderados por primeiros-ministros não eleitos pelo povo e indigitados por Presidentes de República não eleitos universalmente. Cumulativamente, são estes Governos que terão a árdua tarefa de implementar as políticas de austeridade que a União Europeia e os tais mercados impuseram.
Pergunto: se líderes eleitos democraticamente com maiorias absolutas não foram capazes de implementar essas medidas na Grécia, ou não foram considerados credíveis na Itália, estão à espera que sejam os novos líderes não eleitos democraticamente que venham a consegui-lo?
Duvido. Não auguro grande futuro a qualquer um destes Governos, até porque a bonanza dos mercados não vai durar muito!
De qualquer modo, espero estar enganado, mais que isso, gostaria de me enganar e poder vir, daqui a uns meses, a este espaço reconhecer que o meu prognóstico estava errado e que estes Governos tinham sido bem sucedidos. Não duvido da competência das pessoas, dúvido é da legitimidade. E isso, sim, é um grande problema!
Papandreou e Berlusconi depois de Sócrates fazem subir para quatro (se contarmos também com a Irlanda) o número de primeiros-ministros vitimados pela crise da dívida pública.
Amanhã há eleições em Espanha e, apesar de Zapatero não ser candidato, será o seu PSOE a pagar a factura da mais alta taxa de desemprego de sempre no país e a mais alta em toda a Europa.
Passos Coelho e Mariano Rajoy serão, assim, durante algum tempo, os últimos chefes de Governo eleitos democraticamente no sul da Europa, já que a nova moda é que sejam os mercados a sugerir os nomes dos primeiros ministros que estão a ser indigitados, curiosamente, por Presidentes da República que não foram eleitos por plebiscíto popular universal.
De facto, quer Giorgio Napolitano, quer Karolos Papoulias, Presidentes das Repúblicas Italiana e Grega, respectivamente, ao contrário do que sucede, por exemplo, em Portugal, foram eleitos pelos parlamentos nacionais e não pelo povo.
Ou seja, atalhando, na Grécia e em Itália vamos ter Governos liderados por primeiros-ministros não eleitos pelo povo e indigitados por Presidentes de República não eleitos universalmente. Cumulativamente, são estes Governos que terão a árdua tarefa de implementar as políticas de austeridade que a União Europeia e os tais mercados impuseram.
Pergunto: se líderes eleitos democraticamente com maiorias absolutas não foram capazes de implementar essas medidas na Grécia, ou não foram considerados credíveis na Itália, estão à espera que sejam os novos líderes não eleitos democraticamente que venham a consegui-lo?
Duvido. Não auguro grande futuro a qualquer um destes Governos, até porque a bonanza dos mercados não vai durar muito!
De qualquer modo, espero estar enganado, mais que isso, gostaria de me enganar e poder vir, daqui a uns meses, a este espaço reconhecer que o meu prognóstico estava errado e que estes Governos tinham sido bem sucedidos. Não duvido da competência das pessoas, dúvido é da legitimidade. E isso, sim, é um grande problema!
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